quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Pouco ou quase nada

Diga-se de passagem que estas novas adaptações live action da Disney estão a sofrer do síndrome Marvel: é tudo bom. Muita bom. Excitação, foguetes e bombos. Até tremo, quando sair a Hermione e o mau do The Guest. Pete´s Dragon não foi excepção, no calor e notas altas que se fizeram sentir, o que obrigou aqui o fã do original a ir ver uma merda dobrada em português, como se estivesse em Espanha. Tirando isso - que magoa e afecta - o filme tem um tom giro, conseguiu distanciar-se com personalidade: nas paisagens, na floresta, na fotografia. A sequência da fuga do hospital é um mimo. Canções a condizer com o cenário, com a viagem. O que falta? Falta aquela maquiavelice dos velhos clássicos, que o velho clássico tinha. Apesar do desenho animado e do tom musical as personagens sofriam: o puto era mal tratado, os maus eram sujos, a senhora era uma desgraçada à espera do marido, havia um farol, no final o dragão ia embora. Havia ali muito coração à solta. Neste aligeira-se tudo à medida dos lençóis, dos tempos fininhos e agradáveis, sem querer bater. O que feitas as contas acaba por bater pouco.

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