sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Até tu

Duas pitas, no final: a banda sonora é bué da fixe. Ya tem uma banda sonora bué da fixe mesmo, responde a outra. Entrego os óculos das três dimensões e vomito, vomito como nunca antes tinha vomitado, para cima da porta de vidro, do pai com as miúdas, dessas pitas, de toda a gente. E não. Esta parte é mentira. Fui só para o carro, fodido. 

Suicide Squad é horrível de uma forma não respeitável, não ordeira e não pensada. Isto porque não é um filme. Dá a sensação que Ayer fez de facto uma obra e que depois alguém disse: olha agora refaz isto como se eu fosse muito burro. Como se fossemos todos. Então o que acontece é uma sucessão de tutoriais, de como se foi de A para B, caindo depois numa narrativa vazia que não tem por onde andar. E a montagem, foda-se a montagem. Nem nas novelas se pratica uma edição tão amadora, ela fala e está lá um frame a mais, um frame a mais que mata, incendeia e deita por terra qualquer ritmo. Está tudo mal. Mãos na cabeça.

Porque é que o filme começa só com duas personagens presas? São elas as protagonistas? Porque é que depois as apresenta no restaurante? Porque é que o que morre logo não foi apresentado? O que faz ali o Joker? O que faz ali o Batman? Porque é que os motivos do vilão são de novo os mesmos motivos de todos os outros vilões dos últimos 45 filmes de super heróis? E porque é que de repente já são todos amigos? Amigos???? Foda-se mas o argumentista sabe sequer o quer dizer a palavra amigo? As músicas, as tais músicas das pitas e que fizeram as delícias dos trailers, estão mal, são fait divers, metidos a martelo para nos hipnotizar com um filme que não está lá. Culpa de quem? Não pode ser só do Jai Courtney, o rebenta mitologias. O resto do elenco está terrível, até ela, por favor, tirem as mãos das calças, até ela está mázinha. O realizador, o estúdio, o editor, as novas audiências? Todos e nenhuns. Pior que o novo Fantastic Four, pior que qualquer coisa. Os fãs podem tentar encontrar ali alguma coisa, alguma linha, alguma bóia. Mas não, esqueçam esta gatafunhada e partam para outra. Como eu.

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