segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Balanço em série (parte I)

Chegou então a altura de falar da reentrada outonal das séries televisivas norte-americanas. Enquanto umas começam do zero, outras limitam-se a continuar o trabalho feito, com as mesmas caras no mesmo caderno. Neste conjunto de folhas que caem das árvores falo então sobre estas:

House (5ª temporada) – Depois do melhor episódio da série no final da quarta temporada era necessário manter o nível de inovação e criatividade bem elevados para a série não cair nos velhos vícios. Tal não aconteceu e para além de ter sido um arranque morno e sem imaginação, acrescentaram ainda a personagem mais desinteressante da história da série (quiçá da televisão) o detective Lucas Douglas. O futuro não é de todo risonho.

Heroes (3ª temporada) – Se uma série fosse uma história de amor, Heroes seria sem dúvida uma daquelas trágicas e fatídicas, onde o meu pobre coração seria impiedosamente despedaçado. Gostei muito desta série, do seu ambiente escuro e da sua abordagem diferente à temática dos super-heróis, era mesmo o fã, que semana após semana, esperava ansioso por mais um pedaço de aventura. Isto até à segunda temporada, acidente sem pés nem cabeça, que embrulhou e entortou este universo de tal forma que as saídas ficaram demasiado apertadas. Tentar limpar uma trapalhada destas não é fácil e por muito bem intencionada que esta terceira temporada seja era preciso uma mudança de fundo para a coisa voltar a funcionar. São demasiadas linhas de argumento que continuam sem fazer sentido e chegam duas ou três questões para este frágil castelo de cartas desabar na nossa cabeça. E quando não acreditamos naquilo que vemos, por mais fantasioso que seja, então mais vale chamar o haitiano e esquecer tudo isto.

Prison Break (4ª temporada) – Poucas coisas sustentam no ar esta estrutura inicialmente pensada para ser uma prisão. Rapidamente saíram, rapidamente voltaram a entrar e agora cá fora de novo juntaram-se numa espécie de Scofield’s Eleven e tentam roubar uma lista que pode finalmente destruir a Companhia. Apesar de ter sempre um ritmo fantástico muita da magia já não mora aqui, já não temos as tatuagens e o constante brilhantismo de um plano. Tudo é muito improvisado e feito na hora, já não existindo a confiança de uma fuga que ia sendo destapada aos poucos, ao longo dos episódios. O formato está gasto e penso que terminar a série no fim desta temporada seria o mais sensato.

Pushing Daisies (2ª temporada) – Ou se adora ou se detesta. Eu adoro e dou graças a alguém do topo da cadeia alimentar televisiva por apostar neste universo. A primeira temporada teve apenas 9 episódios, soube a pouco e o esperado regresso foi feito em grande estilo demonstrando uma fantástica capacidade de inovar. Não há nada na televisão actual que se compare a este devaneio quase Burtoniano que tem em cada episódio uma história de crime distinta, com novas cores e espampanantes cenários, com óptimos actores, principais e secundários. É a lufada de ar fresco num ambiente saturado e cansado, que se deve seguir com a maior das atenções.

Fringe (1ª temporada) – Apesar das inevitáveis comparações a X-Files e Alias, é das séries novas a mais interessante e a mais bem conseguida. A escolha da protagonista foi um tiro certeiro e todo o ambiente criado à volta da chamada ciência fringe é deveras cativante e original. Para aqueles que procuram respostas imediatas talvez este não seja o produto indicado, ou não estivéssemos a falar da mente do senhor J.J. Abrams. Para os outros que, como eu, montam estes puzzles com paciência está aqui entretenimento do mais alto nível. Deixo-vos com o fantástico genérico de abertura.


4 comentários:

Carlos M. Reis disse...

Fringe é uma sucessora digna de Ficheiros Secretos e Prison Break teve necessidade de reinventar uma fórmula que já não fazia sentido. O problema é que a escolha foi no mínimo... mediana. Mas entretém q.b. Provavelmente será a última temporada.

Um abraço!

Loot disse...

De facto heroes voltou com alguns buracos. Mas o episódio da semana passada foi muito bom.

Anónimo disse...

Ainda não vi Fringe, mas parece-me que esta fall season tem algumas série a acompanhar. Aguardo com ansiedade a estreia de Christian Slater no "My Own Worst Enemy", o "Eleventh Hour".

A acompanhar actualmente, "Dexter", com a qualidade inalterada, "Friday Night Lights", de regresso à boa forma da 1ª temporada, "Dirty Sexy Money", que ameaça transformar-se numa soap opera, sem deslumbrar mas entretendo e, claro, os 10 episódios para já editados da 4ª temporada de "The Closer".

A acumular episódios, para uma daquelas maratonas de fim-de-semana, "Donas de Casa", "Prison Break" e "Grey's Anatomy".

Ah, e já me esquecia do Crash. A ver vamos se corresponde às expectativas.

Miguel Ferreira disse...

Knox pelo que li acho que esta será mesmo a última temporada de Prison Break. Não discordo em alterarem o formato acho apenas que esta série é um parente muito afastado da primeira, que é genial. Em relação ao Fringe também acho que é a única sucessora digna de Mulder e Scully, conseguindo elementos suficientes para se destacar e criar o seu próprio universo. Gosto imenso da ideia de combater o sobrenatural com sobrenatural, o desconhecido com desconhecido, torna as coisas ainda mais arrojadas!

Loot o episódio 4 foi realmente o melhor (ainda não vi o desta semana) mas ao ver a série lembro-me de tantas pontas soltas que ficaram por atar que tenho dificuldade em voltar a entrar de corpo e alma neste mundo. Vamos ver como segue o resto da temporada.

Paulo o Eleventh Hour já o tenho aqui mas ainda não vi. O senhor Bruckheimer não costuma brincar em serviço (enteda-se entretenimento) e estou curioso para saber se consegue fazer frente a Fringe!O Firday Night Lights nunca vi, mas já ouvi muito bem, e o Dirty Sexy Money espreitei alguns episódios da primeira temporada mas não acompanho com regularidade. O traler de Crash não me despertou grande interesse mas vou espreitar o primeiro episódio!

Abraços a todos